“Porque é necessário que Ele reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés.”
— I Coríntios XV, 25
Cristo é Rei. Assim o próprio Senhor afirmou nas Sagradas Escrituras, e assim a Santa Igreja incessantemente tem repetido através dos séculos em suas declarações. Mas com as três grandes revoluções que aconteceram ao longo do Segundo Milênio - a Revolução Protestante, a Revolução Francesa e a Revolução Russa, sequências da Rebelião de Lúcifer -, esta Verdade de Fé vem sendo atentada por todos os lados na modernidade, até mesmo por aqueles que se dizem católicos.
O Concílio de Trento infalivelmente definiu que, para o ranger de dentes dos liberais, “Se alguém disser que Jesus Cristo foi dado por Deus aos homens [só] como Redentor em quem devem crer, e não também como Legislador a quem devem obedecer — seja anátema.” (cf. TRENTO, Sessão VI, Cânon 21, 1546). Muitos que se dizem católicos utilizam de uma interpretação falsa e herética do dito por Nosso Senhor, “O meu Reino não é deste mundo”. Seu Reino não é deste mundo, pois não possui origem ou raiz neste mundo, mas origem divina. Toda a autoridade Lhe foi dada no céu e na terra (cf. Mt XXVIII, 18), e sua autoridade foi temporalmente continuada por São Pedro e seus sucessores.
Como toda a autoridade Lhe foi dada, engana-se quem pensa que o Reinado de Nosso Senhor abrange somente as nações católicas ou os batizados. Seu poder estende-se de forma que abarca todo o gênero humano (cf. LEÃO XIII, Annum Sacrum, 1899), e por isto o dever apostólico de ensino e conversão de todas as nações conforme a ordem dEle. Nas palavras do grande Papa São Pio X, “é por isto que o fito para o qual devem convergir todos os nossos esforços é reconduzir o gênero humano ao império de Cristo.” (cf. enc. E Supremi, 1903). E reconduzir o gênero humano ao império de Cristo nada mais é do que reconduzi-lo à Santa Igreja. Ela é a via que nos dá acesso a Jesus Cristo através dos Santos Sacramentos.
O Reinado Social de Cristo, tão detestado pela modernidade, acontece visivelmente na Igreja, Corpo Místico de Cristo, no triplo múnus de governo, ensino e santificação, na pessoa de seu Vigário, o Santo Papa, cabeça visível da Igreja - o Doce Cristo na Terra, segundo as palavras de Santa Catarina de Siena. Conforme o ditado latino: ubi Petrus, ibi Ecclesia; ubi Ecclesia, ibi Christus - onde está Pedro, está a Igreja; onde está a Igreja, está Cristo.
Assinala o Papa Pio XI que “Jesus Cristo reina sobre a sociedade quando os homens reconhecem e reverenciam a soberania de Cristo; onde a posição que Ele mesmo designou para Sua Igreja é reconhecida na sociedade.” (cf. enc. Ubi Arcano Dei Consilio, 1922). Como podem então católicos tornarem-se defensores do liberal Estado laico? Os católicos devemos prezar pelo Estado Católico e lutar para que seja restaurado.
O mesmo Papa Pio XI promulgou sua monumental carta encíclica Quas Primas no ano de 1925, onde escreveu justamente sobre a primazia e o Reinado de Nosso Senhor sobre todas as coisas, e cito aqui alguns excertos:
O Concílio de Trento infalivelmente definiu que, para o ranger de dentes dos liberais, “Se alguém disser que Jesus Cristo foi dado por Deus aos homens [só] como Redentor em quem devem crer, e não também como Legislador a quem devem obedecer — seja anátema.” (cf. TRENTO, Sessão VI, Cânon 21, 1546). Muitos que se dizem católicos utilizam de uma interpretação falsa e herética do dito por Nosso Senhor, “O meu Reino não é deste mundo”. Seu Reino não é deste mundo, pois não possui origem ou raiz neste mundo, mas origem divina. Toda a autoridade Lhe foi dada no céu e na terra (cf. Mt XXVIII, 18), e sua autoridade foi temporalmente continuada por São Pedro e seus sucessores.
Como toda a autoridade Lhe foi dada, engana-se quem pensa que o Reinado de Nosso Senhor abrange somente as nações católicas ou os batizados. Seu poder estende-se de forma que abarca todo o gênero humano (cf. LEÃO XIII, Annum Sacrum, 1899), e por isto o dever apostólico de ensino e conversão de todas as nações conforme a ordem dEle. Nas palavras do grande Papa São Pio X, “é por isto que o fito para o qual devem convergir todos os nossos esforços é reconduzir o gênero humano ao império de Cristo.” (cf. enc. E Supremi, 1903). E reconduzir o gênero humano ao império de Cristo nada mais é do que reconduzi-lo à Santa Igreja. Ela é a via que nos dá acesso a Jesus Cristo através dos Santos Sacramentos.
O Reinado Social de Cristo, tão detestado pela modernidade, acontece visivelmente na Igreja, Corpo Místico de Cristo, no triplo múnus de governo, ensino e santificação, na pessoa de seu Vigário, o Santo Papa, cabeça visível da Igreja - o Doce Cristo na Terra, segundo as palavras de Santa Catarina de Siena. Conforme o ditado latino: ubi Petrus, ibi Ecclesia; ubi Ecclesia, ibi Christus - onde está Pedro, está a Igreja; onde está a Igreja, está Cristo.
Assinala o Papa Pio XI que “Jesus Cristo reina sobre a sociedade quando os homens reconhecem e reverenciam a soberania de Cristo; onde a posição que Ele mesmo designou para Sua Igreja é reconhecida na sociedade.” (cf. enc. Ubi Arcano Dei Consilio, 1922). Como podem então católicos tornarem-se defensores do liberal Estado laico? Os católicos devemos prezar pelo Estado Católico e lutar para que seja restaurado.
O mesmo Papa Pio XI promulgou sua monumental carta encíclica Quas Primas no ano de 1925, onde escreveu justamente sobre a primazia e o Reinado de Nosso Senhor sobre todas as coisas, e cito aqui alguns excertos:
“Não podem, pois, os homens de governo recusar à soberania de Cristo, em seu nome pessoal e no de seus povos, públicas homenagens de respeito e submissão.”
Peste de nossos tempos é o chamado “laicismo”, com seus erros e atentados criminosos. [...] Começou-se, primeiro, a negar a soberania de Cristo sobre todas as nações; negou-se, portanto, à Igreja o direito de doutrinar o gênero humano, de legislar e reger os povos em ordem à eterna bem-aventurança. Aos poucos, foi equiparada a religião de Cristo aos falsos cultos e indecorosamente rebaixada ao mesmo nível. Sujeitaram-na, em seguida, à autoridade civil, entregando-a, por assim dizer, ao capricho de príncipes e governos. Houve até quem pretendesse substituir à religião de Cristo um simples sentimento de religiosidade natural. Certos estados, por fim, julgaram poder dispensar-se do próprio Deus e fizeram consistir sua religião na irreligião e no esquecimento consciente e voluntário de Deus.
Com efeito, quanto mais vergonhosamente se passa em silêncio, quer nas conferências internacionais, quer nos Parlamentos, o nome suavíssimo do nosso Redentor, tanto mais alto o devemos aclamar, tanto mais devemos reconhecer os direitos que a Cristo conferem sua dignidade e poder real.”
— PIO XI, Quas Primas, 1925
É, portanto, contraditório proclamar-se católico e defender o Estado laico. É cair no 55° erro denunciado e condenado pelo Bem-aventurado Papa Pio IX no Syllabus Errorum e na encíclica Quanta Cura, em 1864, de que a Igreja deve estar separada do Estado.
Conforme escreveu São Pio X:
Os católicos devemos vigorosamente combater pela reta ordenação do homem a Deus, da criatura ao Criador. A sociedade civil, o Estado, também é criatura criada por Deus, afinal, Ele criou o homem como animal social e que necessita da sociedade para sua perfeita provisão. Ao criar o homem, também foi criada por Deus a sociedade. E neste reto ordenar, no instaurar de todas as coisas em Cristo, o Estado e Igreja devem estar unidos - Estado Católico - sem se confundirem e serem distintos sem separação, com o Estado ordenado e submisso à Igreja e às suas leis, prostrado diante de Cristo Rei, pois “a liberdade consiste em que, com o auxílio das leis civis, possamos mais facilmente viver segundo as prescrições da lei eterna.” (cf. LEÃO XIII, Libertas Praestantissimum, 1888)
Profeticamente escreveu São Pio X em 1906, tratando sobre a separação da Igreja e Estado na França:
VIVA CRISTO REI!
Conforme escreveu São Pio X:
“A sociedade não será edificada se a Igreja não lhe lançar as bases e não dirigir os trabalhos; não, a civilização não mais está para ser inventada nem a cidade nova para ser construída nas nuvens. Ela existiu, ela existe; é a civilização cristã, é a cidade católica. Trata-se apenas de instaurá-la e restaurá-la sem cessar sobre seus fundamentos naturais e divinos contra os ataques sempre renascentes da utopia malsã, da revolta e da impiedade: omnia instaurare in Christo - tudo restaurar em Cristo.”
— PIO X, Notre Charge Apostolique, 1910São possíveis duas escolhas: servir a Deus e carregar o estandarte da Cruz pela restauração de todas as coisas em Cristo e por Seu Reino; ou servir aos interesses materialistas, sejam estes liberais ou socialistas: é atender o eco do non serviam luciferino. É lutar pela Cidade Terrena, dos homens, ou pela Cidade Celeste, de Deus.
Os católicos devemos vigorosamente combater pela reta ordenação do homem a Deus, da criatura ao Criador. A sociedade civil, o Estado, também é criatura criada por Deus, afinal, Ele criou o homem como animal social e que necessita da sociedade para sua perfeita provisão. Ao criar o homem, também foi criada por Deus a sociedade. E neste reto ordenar, no instaurar de todas as coisas em Cristo, o Estado e Igreja devem estar unidos - Estado Católico - sem se confundirem e serem distintos sem separação, com o Estado ordenado e submisso à Igreja e às suas leis, prostrado diante de Cristo Rei, pois “a liberdade consiste em que, com o auxílio das leis civis, possamos mais facilmente viver segundo as prescrições da lei eterna.” (cf. LEÃO XIII, Libertas Praestantissimum, 1888)
Profeticamente escreveu São Pio X em 1906, tratando sobre a separação da Igreja e Estado na França:
“Que seja preciso separar o Estado da Igreja, é esta uma tese absolutamente falsa, um erro perniciosíssimo. Com efeito, baseada nesse princípio de que o Estado não deve reconhecer nenhum culto religioso ela é, em primeiro lugar, em alto grau injuriosa para com Deus; porquanto o Criador do homem também é o Fundador das sociedades humanas, e conserva-as na existência como nos sustenta nelas. Devemos-lhe, pois, não somente um culto privado, mas um culto público e social para honrá-lo.
Além disto, essa tese é a negação claríssima da ordem sobrenatural. De feito, ela limita a ação do Estado à simples demanda da prosperidade pública durante esta vida, a qual não passa da razão próxima das sociedades políticas; e, como que lhe sendo estranha, de maneira alguma se ocupa da razão última delas, que é a beatitude eterna proposta ao homem quando esta vida, tão curta, houver findado. E, no entanto, achando-se a ordem presente das coisas, que se desenrola no tempo, subordinada à conquista desse bem supremo e absoluto, não somente o poder civil não deve obstar a essa conquista, mas deve ainda ajudar-nos nela.
Essa tese subverte igualmente a ordem muito sabiamente estabelecida por Deus no mundo, ordem que exige uma harmoniosa concórdia entre as duas sociedades. Essa duas sociedades, a sociedade religiosa e a sociedade civil, têm, com efeito, os mesmos súditos, embora cada uma delas exerça na sua esfera própria a sua autoridade sobre eles. Daí resulta forçosamente que haverá muitas matérias que elas ambas deverão conhecer, como sendo da alçada de ambas. Ora, venha a desaparecer o acordo entre o Estado e a Igreja, e dessas matérias comuns pulularão facilmente os germes de contendas, que se tornarão agudíssimos dos dois lados; a noção da verdade será, com isso, perturbada, e as almas ficarão cheias de grande ansiedade.
Finalmente, essa tese inflige graves danos à própria sociedade civil, pois esta não pode prosperar nem durar muito tempo quando não se dá nela o seu lugar à religião, regra suprema e soberana senhora quando se trata dos direitos do homem e dos seus deveres.”
— PIO X, Vehementer Nos, 1906A cidade de Deus ou a cidade dos homens, a Jerusalém Celeste ou o Inferno, Cristo ou Satanás - o primeiro liberal -, não se pode servir a dois senhores.
“Se a natureza e a razão impõem a cada um a obrigação de honrar a Deus com um culto santo e sagrado, porque nós dependemos do poder dele e porque, saídos dele, a Ele devemos tornar, à mesma lei adstringem a sociedade civil. Realmente, unidos pelos laços de uma sociedade comum, os homens não dependem menos de Deus do que tomados isoladamente; tanto, pelo menos, quanto o indivíduo, deve a sociedade dar graças a Deus, de quem recebe a existência, a conservação e a multidão incontável dos seus bens. É por isso que, do mesmo modo que a ninguém é lícito descurar seus deveres para com Deus, e que o maior de todos os deveres é abraçar de espírito e de coração a religião, não aquela que cada um prefere, mas aquela que Deus prescreveu e que provas certas e indubitáveis estabelecem como a única verdadeira entre todas, assim também as sociedades não podem sem crime comportar-se como se Deus absolutamente não existisse, ou prescindir da religião como estranha e inútil, ou admitir uma indiferentemente, segundo seu beneplácito. Honrando a Divindade, devem elas seguir estritamente as regras e o modo segundo os quais o próprio Deus declarou querer ser honrado. [...] Quanto à Igreja, que o próprio Deus estabeleceu, excluí-la da vida pública, das leis, da educação da juventude, da sociedade doméstica, é um grande e pernicioso erro. Uma sociedade sem religião não pode ser bem regulada; e, mais talvez do que fora mister, já se vê o que vale em si e em suas conseqüências essa pretensa moral civil.”
— LEÃO XIII, Immortale Dei, 1885Nem laicismo, nem “sã” laicidade: Ele, Cristo, é Rei e deve reinar. E esse Reinado deve começar em nossas almas ao viver na graça, entronizando o Cristo Rei nas famílias e trabalhando pela conversão das sociedades, para que Ele seja verdadeiramente reconhecido e elas sejam submetidas a Ele. E todos devemos fazê-lo.
“Os fiéis cristãos, membros de um organismo vivo, não podem ficar encerrados em si mesmos e acreditar que basta ter pensado e providenciado sobre as próprias necessidades espirituais para ter cumprido todo o seu dever. Em vez disso, cada um por sua própria parte deve contribuir para o incremento e para a difusão do Reino de Deus na terra.”
— JOÃO XXIII, Princeps Pastorum, 1959Cristo é Rei não somente dos indivíduos, mas também das sociedades, das nações e dos Estados. É o Rei cujo Reinado é supremo no céu e também deve ser sobre a terra, porque o Pai deu-Lhe toda a autoridade (cf. Mt XXVIII, 18) e o constituiu herdeiro de todas as coisas (cf. Hb I, 1). É o Rei que tem como trono a Santa Cruz, que devemos abraçar.
“O Reino de Cristo, Senhor nosso, é não só espiritual, mas também temporal; e o pensava assim pelas Escrituras e Santos Padres, como, também, pela razão da união apostólica; e porque seria grande absurdo o julgar que Cristo, Senhor nosso, não teve tanto domínio quanto teve Adão.”
— Padre Antônio VieiraMuitos lutaram ardorosamente pelo Reinado de Nosso Senhor durante a história, mas faço especial menção aos bravos cristeros do México, que lutaram a Guerra Cristera - também conhecida como Cristiada - ao fim da década de 1920, justamente chamada assim pelos cristeros carregarem como bandeira e estandarte a Cruz de Nosso Senhor e a luta pelo seu Reinado Social ante os liberais e maçons que governavam o México e desejavam ser maiores que o Senhor dos Exércitos e Sua Igreja. Tomemo-los como exemplos para a nossa luta por Nosso Senhor e, como eles, lutemos o bom combate, na paz ou na guerra, pela honra e glória de Cristo Rei!
VIVA CRISTO REI!
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